Por que vivemos o Jogo da Negação?
Segundo o dicionário da língua portuguesa, a negação é “afirmar que
alguma coisa não existe ou não é verdadeira”. Freud reconhecia que a negação é
um mecanismo, bastante complexo, de defesa do ego. Portanto, não se trata de um
simples jogo de videogame o que pretendemos discorrer.
Partindo dessas considerações e, após horas e horas de reflexão
sobre diferentes aspectos relativos à diversas observações e pensamentos; os
quais confesso que em determinados momentos mostravam-se bastante confusos;
face aos fatos incontestes que hoje presenciamos em nossa sociedade e no mundo
de uma forma geral, decidi escrever o presente artigo, o qual espero, possa
contribuir holisticamente (visto que o todo é sempre maior que as partes
envolvidas) para uma discussão mais aprofundada e apaixonada sobre o fato da Negação estar tão presente nas pessoas de
maneira em geral e, tornar-se a primeira reação ou linha de frente à qualquer
colocação que envolva a pessoa propriamente mencionada.
Negamos abertamente o fato de sermos quem de fato somos.
Neste final da era astrológica
de Peixes e, percebendo todos os efeitos visíveis sobre a humanidade do Orbe de
influência do início previsto para a era de Aquários, que denota a constante
aceleração do desenvolvimento individual, social, cultural, científico e
tecnológico e, principalmente, na acelerada globalização marcante a partir da
década de 80 do século XX, observamos nitidamente uma constante busca da
ilusão, das aparências e, mais especificamente, da necessidade de criarmos
versões dos fatos, quando por si só os fatos em si já bastariam para a nossa
tomada de decisões segura e serena, minimizando os mais diversos riscos
potenciais sobre versões potencialmente danosas e, que muitas das vezes, se
perpetuam em sofismas elaborados sobre bases totalmente fantasiosas,
desprovidas de cabimento e provenientes de mentes vãs e ociosas, cujo o único e
real objetivo é criar uma aparente ilusão de que a sua versão tem muito mais
valor do que a própria realidade do fato e sua verdadeira causa raiz.
A maior diferença que se coloca
bem diante de nossos olhos é que, até em termos bíblicos se menciona a negação
como sendo um momento capaz de provocar profundo arrependimento, tal quando São
Pedro negou conhecer o seu Mestre por três vezes antes do galo cantar ao
amanhecer.
Contrariando completamente
àqueles dias, no hoje “atual” nos deparamos com uma realidade totalmente
dissimulada; onde uma grande parte dos artistas refugam abertamente o seu
próprio invólucro original, com bocas, narizes e outras partes modificadas por
médicos seduzidos pelos altos honorários; onde políticos que se dizem sensíveis
à opinião pública, falam uma coisa mas agem, da forma mais vil, em defesa de
seu “status quo” às custas de qualquer barganha que se faça necessária; basta
apenas pequenas frases do tipo: - “Eu não sabia” ou - “Eu não sei”, ou ainda -
“Não me pertence”, as quais permeiam por mais de uma década e iludem um
amontoado de ignorantes aqui e no exterior, incluindo todos aqueles
pseudointelectuais que se negam a aceitar o fato de que qualquer coisa errada
tenha sido cometida no seio da nossa sociedade e do nosso país, negando a todo
custo o conhecimento dos fatos sobre as mazelas e a corrupção que se
institucionalizaram em todo o território nacional; esportistas e dirigentes que
dizem só conhecerem as práticas de sua profissão mas, não sabem explicar como
enormes montantes surgem em contas devidamente numeradas em paraísos fiscais
(deve ser obra do acaso ou, quem sabe, é a teoria do caos); entre inúmeros
outros casos de diferentes pessoas, que inclusive estão à nossa volta, cuja
dissimulação deixaria São Pedro, no mínimo, embaraçado.
Porém, a grande novidade que se faz presente na Negação atual é a
necessidade de jogar o “jogo” mais e mais; apostando todas as suas fichas e, de
outros participantes quando houver, que o resultado de suas versões dos fatos,
ou seja, seu sofisma é que sairá vencedor sobre o próprio fato existente.
Desde que pareça conveniente para alguns ou que “cole”, tudo bem!
É assim que nos comportamos? Se não “colar” também, tudo bem! O importante é
que pelo menos contamos a nossa versão! Saímos, minimamente satisfeitos, como
se não fossemos perdedores do jogo que ali se instaura.
Então, nos deparamos com
atitudes e comportamentos, ultrapassando todos os limites das nossas melhores
concepções de uma mente racional, criando um ambiente confuso para com as
pessoas, que espantadas se mostram, completamente, desorientadas e perdidas,
para dizer o mínimo, com tudo que se passa a nossa volta.
Desta forma, ai vai um alerta, cuidado, pois estamos ensejando em
um jogo muito perigoso.
Sabemos que uma mentira contada com convicção por muitas vezes,
pode até se tornar uma verdade. Este não é o caso que aqui tratamos, mas sim da
condição que esse jogo tende a se perpetuar e, se tal processo não for
estancado em seus princípios, tendemos, a logo mais, aceitarmos a versão de que
tudo não passa de obra do “Papai Noel”.
Você ainda quer jogar esse jogo? É simples, basta rolar os dados
dos fatos e aparecer com sua versão, ou seria, Negação. Que tal?
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