Vamos voltar um
pouquinho ao passado para entendermos: No final do século 18, lá na época da
Revolução Industrial, a Inglaterra era a poderosa, a que possuía a moeda mais
forte do mundo que era a libra esterlina. No comecinho do século 20, este posto
foi passado para os EUA, que ganhavam cada vez maior prestígio na economia
mundial. Assim, a divisa passou a ser usada como referência nas transações de
comércio exterior em todo o mundo.
Então, o negócio
é mais ou menos assim: Quanto maior a procura pela moeda, maior a chance dela
se valorizar, o mesmo acontece ao contrário, se ninguém procura, desvaloriza-se.
No Brasil, a cotação do dólar
varia como o preço de qualquer produto comercializado: seguindo a lei da oferta
e da procura. Resumindo, quando há dólar demais em circulação – ou seja,
sobrando -, o valor dele diminui; quando há poucas verdinhas no mercado, elas
ficam mais concorridas por quem compra e vende, e a cotação sobe. O modelo vale
para qualquer moeda no mercado internacional e influencia a vida de muita gente
– especialmente de quem investe ou comercializa em moeda estrangeira.
Quem
perde com a alta do dólar?
No lado do consumidor, praticamente tudo é
impactado pela variação cambial. Ou seja, é mais uma variável que
deteriorará o poder de compra do real de forma sistemática. No lado da
produção, setores exportadores se beneficiarão da alta do dólar, pois produzem
no Brasil (tem os custos em reais) e recebem pagamentos em dólares. Já os
setores importadores sentirão um impacto negativo, pois dependem de insumos
(bens de capital, por exemplo) importados. Como bens de capital (bens ou
serviços que produzem outros bens: máquinas, equipamentos, ferramentas,
fábricas) são em geral comprados fora do país, o impacto será grande ao ponto
de diminuir muito os investimentos no segmento industrial. Somado
ao aumento da carga tributária, alta de juros e crise de abastecimento de
água e energia, a industria brasileira sofrerá bastante.
Quem ganha com a alta do Dólar?
IMPORTADOR: Quem compra mercadoria estrangeira, como produtos têxteis, calçados e eletrônicos, se beneficia quando o dólar está “barato”, custando perto de 1 real. É que os produtos desembarcam com preços bem menores que os nacionais, aumentando o lucro de quem os traz de fora para vender
TURISTA ESTRANGEIRO: Com dólar valorizado e com o aumento do movimento turístico, o parque hoteleiro e as cidades preparadas para receber viajantes também saem ganhando com uma bela injeção financeira com a vinda dos turistas estrangeiros ao brasil.
TURISTA BRASILEIRO: Com o real valorizado diante do dólar, destinos internacionais ficam mais perto do bolso. E percebe-se isso já nos pacotes de viagem cotados em dólar, costumam ter as parcelas fixadas em real na hora da compra, evitando aumento do valor mesmo se o dólar subir.
EXPORTADOR: Quem vende para fora do Brasil, recebendo em dólar, é beneficiado com a alta em relação ao real. É o caso dos produtores de carne brasileiros. Para ter mais segurança diante do sobe e desce da cotação, algumas empresas fixam o valor do dólar entre um piso e um teto para conseguirem operar no exterior.
INVESTIDOR NACIONAL: Grandes empresas brasileiras nascidas de fusão ou que são parte de pools – como a AMBEV (Brahma + Antarctica etc.) – se beneficiam do dólar baixo para investir no exterior. A maior empresa de carnes do mundo, a brasileira JBS Friboi, comprou a americana Swift por 1,4 bilhões de dólares.
BANCO CENTRAL: Os economistas do governo tentam mudar a cotação – nem sempre dá certo – por meio do Banco Central. O método é simples: com dólar baixo, o BC compra os dólares, tirando-os de circulação para valorizar. Caso contrário, vendem-se dólares para saturar o mercado e desvalorizar a moeda americana.
INVESTIDOR ESTRANGEIRO: Quando a confiança do investidor estrangeiro no Brasil – quando o dólar está abaixo da média, param de chegar até rarear no mercado e valorizar-se diante do real. Isso anima investidores mais ousados a aproveitar sua moeda forte para reinjetar dólares no Brasil.
Nossa
moeda é o real. Por que o valor do dólar é importante para nós?
O câmbio afeta, direta ou indiretamente,
inúmeras variáveis econômicas e produtivas. Como o dólar é a moeda
internacional atualmente, sua cotação tem grande importância para o Brasil e
para brasileiros. O câmbio tem grande importância na definição e tomada de
decisões locais como taxas de juros, no custo de oportunidade dos
investimentos, preço dos bens de capital e diversas outras partes da estrutura
de produção do país.
Por
que o dólar sobe ou desce com as mudanças políticas no Brasil?
Antes de mais nada é preciso entender que o
dólar americano é referência mundial para as moedas de todos os países
avaliarem se estão em alta ou queda, e qual é o seu valor em comparação com
outras economias.
A política fiscal, o patamar de
importações e exportações, a competitividade do mercado e o nível de
investimentos internos são fatores que influenciam no fortalecimento ou
enfraquecimento da moeda.
No atual cenário brasileiro, quando
existe algo contra o atual governo, e o mercado entende que aumenta a chance de
troca no cenário político, existe uma ‘animação’ e, apostando em mudanças, ou
seja, na recuperação de investimentos, aumento de importações e exportações, o
dólar cai. A partir do momento em que nada disso se confirma, o dólar volta a
subir.
Fatores externos, das grandes economias
mundiais, também influenciam a alta ou queda do dólar no Brasil. Por exemplo,
nos últimos meses, especulava-se que o Banco Central americano aumentaria os
juros básicos da sua economia, porém, isso vem sendo adiado, o que deixa mais
dólares à disposição de mercados menores, tidos como emergentes, como o do
Brasil, e isso ajuda a queda do dólar.
Por isso nestes momentos de instabilidade
a dica é que se você precisa comprar moeda estrangeira, vá fazendo aos poucos,
assim você não pega um período de alta da moeda, e nem um período de baixa,
ficando em uma média razoável.
Cursando MBA Gestão Industrial
Nenhum comentário:
Postar um comentário