Empresas
têm adotado o aplicativo para ampliar a comunicação com os colaboradores, mas é
preciso respeitar algumas regras para não quebrar direitos básicos dos
funcionários.
Não
é novidade que o uso do aplicativo WhatsApp
nos smartphones
rompeu ainda mais com as barreiras da comunicação à distância.
Atualmente, com mais de 430 milhões de usuários, o app praticamente
liquidou o SMS e é utilizado por 19% da população mundial conectada à internet.
De olho nesta facilidade, as empresas também passaram a investir na plataforma
e muitas delas, inclusive, já distribuem ou pedem para que o colaborador tenha
um celular com a ferramenta instalada. Para alguns, uma grande
praticidade; para outros, um grande tormento a cada sinal que avisa sobre a
chegada de uma nova mensagem. O grande desafio, agora, é saber o limite para a
sua utilização dentro e fora do ambiente de trabalho.
A
especialista em desenvolvimento de pessoas da IBE-FGV, Rita Ritz, explica que,
antes de tudo, a empresa jamais deve exigir que o colaborador tenha uma conta
no aplicativo, mas ela pode propor o seu uso. “É uma excelente forma de comunicação, rápida e gratuita,
porém, a empresa não pode exigir sem oferecer contrapartida. As organizações
que forem fazer uso deste aplicativo como forma de comunicação organizacional
devem esclarecer muito bem a utilização, as regras e as implicações antes de
implantar a ferramenta. Quando algo é acordado entre as partes, a tendência é
que haja menos conflitos”, diz.
Segundo
Rita, a empresa também não pode determinar que o funcionário use o seu aparelho
pessoal para a comunicação organizacional. No entanto, ela lembra que a maioria
das pessoas, por querer parecer comprometida com o trabalho, aceita colaborar
neste sentido. “Isto acontece
muito em pequenas empresas. Muitas vezes a instituição é composta pelos
respectivos donos e, assim, o uso dos aparelhos particulares é quase um
consenso. Normalmente, em organizações de médio ou grande porte, o aparelho é
oferecido ao funcionário como um benefício ou como ferramenta de trabalho e,
neste último caso, a pessoa passa a assumir a responsabilidade de responder
sempre que for chamada”, esclarece.
O
fato de estar disponível não quer dizer que você tenha que responder
instantaneamente a uma mensagem fora do horário de trabalho, independentemente
da ferramenta. Porém, tudo vai depender muito da vontade do colaborador em
estar disponível e da necessidade da empresa. “Se for uma demanda pontual, é possível negociar. Algumas
companhias estão criando grupos de WhatsApp a fim de fomentar discussões entre
funcionários a respeito de temas que lhes interessam, mas é preciso ter bom
senso e não permitir que estes debates invadam horários de descanso dos
funcionários”, alerta.
Responder
uma mensagem do WhatsApp fora do horário de trabalho pode ser considerado hora
extra ou banco de horas? Segundo Rita Ritz, sim. “Legalmente falando, é considerado como tempo à disposição
da empresa. Eu recomendo que, se forem situações eventuais, deve ser resolvido
no nível do comprometimento e da boa vontade do funcionário, porém, se for algo
constante, é necessário negociar”, aponta Rita.
“O
uso das tecnologias no trabalho pode ser favorável. Quando as ferramentas
utilizadas para redes sociais estavam vinculadas ao computador e as empresas
tinham recursos técnicos para bloqueá-las. Porém, o WhatsApp está instalado no
celular de uso pessoal, o que impede o controle. Assim, é mais razoável pensar
em estratégias para utilizar esse recurso a favor das duas partes. Somente uma
comunicação clara entre as partes garantirá o uso mais adequado para todos.
Caso contrário, vários conflitos poderão surgir”, recomenda Rita.
Fonte:ALUMINI
FGV Educação Corporativa
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