Business Intelligence (BI) – Inteligência de Negócios – pode ser definido como: Processo que possibilita a coleta, conexão, organização e análise de informações de diversas fontes, de modo a gerar relatórios e diagnósticos didáticos e úteis para as instituições, orientando e facilitando a tomada de decisões corporativas e mercadológicas de forma estratégica.
O BI compreende um conjunto de ferramentas, metodologias e estruturas que possibilitam a seleção, exploração e articulação de todas as informações importantes para um negócio. Com tais informações acessíveis, o gerenciamento empresarial torna-se melhor direcionado e mapeado, assim como a integração da atuação das diferentes áreas da instituição em prol de objetivos comuns.
Fazendo uma retrospectiva, na década de 70, os sistemas de armazenamento e acesso de dados, tais como o DASD (Direct Access Storage Device ou Dispositivo de Armazenamento de Acesso Direto) e o SGBD (Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados), agregaram valor ao computador que passou a ser considerado um “coordenador” central de atividades para as empresas. Assim, tornou-se uma ferramenta indispensável para assegurar vantagens competitivas. Contudo, ter um computador para armazenar informações não era suficiente.
Na década de 80, o termo Business Intelligence foi criado pela empresa de consultoria Gartner Group, e compreendia a necessidade não só de colheita, mas de organização, análise e apresentação das informações para orientar a tomada de decisões. No início dos anos 90, a maior parte das empresas de grande porte contava com um Centro de Processamento de Dados (CPD) – que guardava a informação, sem, contudo, disponibilizála de forma organizada. Foi com o desenvolvimento do Data Warehouse (Sistema de armazenamento de dados – base única e organizada de informações), bem como dos EIS (Executive Information Systems – que por meio de um software apresentam as informações de forma didática, clara e periódica) que a BI ganhou maior projeção e relevância para os gestores empresariais.
Várias outras ferramentas foram incorporadas à Business Intelligence, tais como: DSS ( Decision Support Systems – Sistema de Suporte à Decisão), planilhas eletrônicas, Data Marts, Data Mining e ferramentas de OLAP (Online Analytical Processing). E, afinal, por que usar o BI?
Como visto no fluxo ilustrado, a utilização do BI tem por objetivo integrar diversas fontes de dados, construindo uma visão única da informação. Assim, os dados, antes brutos, são apresentados de forma qualitativa e quantitativa para:
• Mapear o funcionamento de diversas áreas de uma empresa
• Identificar os padrões e as tendências
• Indicar ações bem sucedidas, ações corretivas e ações evolutivas
• Tomar decisões estratégicas baseadas em ações objetivas
• Obter previsibilidade de resultados na tomada de decisões
Como o BI funciona?
Agora que o conceito e os objetivos de BI já foram entendidos, vamos ver como as soluções de BI são implementadas.Basicamente, as seguintes etapas são adotadas:
a) Coleta de dados
b) Organização dos dados
c) Análise dos dados
d) Compartilhamento das informações
e) Monitoramento dos dados
f) Apresentação amigável dos dados e acesso a relatórios
diários com informações organizadas para o
suporte na tomada de decisão
Para que o projeto seja implementado, é preciso:
• Levantamento das necessidades: informações exigidas pelos gestores, solicitações e maiores desafios de cada setor da instituição;
• Mapeamento das fontes dos dados: viabilidade das solicitações, mapeamento das fontes de dados que respondem a cada solicitação;
• Construção da solução BI: todas as atividades de extração, qualidade dos dados, carga e teste das informações são realizadas nesta etapa.
Na prática, funciona assim:
Primeiramente, é realizada a extração de dados das fontes de armazenamento – documentos, planilhas de Excel, sistemas transacionais, bancos de dados, internet, dentre outros.
Tais informações, muitas vezes, estão desorganizadas. Por exemplo, em uma universidade com muitas unidades, o sistema de registro de cursos e de ficha de cadastro de alunos pode conter pequenas divergências que atrapalham a unicidade. Com o BI, por meio do ETL (Extract Transform Load), tais dados são padronizados segundo um único modelo, gerando termos uniformes entre as áreas para a consistência e a estruturação dos dados.
Após essa etapa, tudo é organizado no DataWarehouse (DW) – Armazém de Dados.
O OLAP (Online Analytical Processing) possibilita uma visão multidimensional de todas as áreas, assim como o cruzamento das informações para apresentação inteligente e didática dos dados – segundo os padrões já estabelecidos no DW.
Voltando ao nosso exemplo, após a coleta dos dados ter sido realizada e as informações padronizadas, um dos indicadores (Key Performance Indicator – KPI) estabelecidos como parâmetro de análise foi a taxa de evasão na Instituição de Ensino. As conclusões, pelo cruzamento dos dados, foram:
• 80% dos alunos evadem nos dois primeiros semestres que sucedem ao seu ingresso;
• Em 90% dos casos tais alunos têm um desempenho acadêmico abaixo da média institucional;
• A taxa de contatos com o setor de relações públicas é 65% menor que a dos demais alunos;
• 95% dos alunos têm celular e acesso a wi-fi.
Com esses dados, os gestores podem tomar decisões embasadas em informações precisas e estabelecer estratégias de ação para diminuir a taxa de evasão, tais como:
• O setor acadêmico oferecerá soluções nivelamento para os estudantes nos dois primeiros semestres de ingresso;
• A solução será por meio de aplicativos e vídeo aulas;
• Os setores de marketing e relacionamento desenvolverão um planejamento de comunicação semanal para acompanhar os alunos e ambientá-los melhor à realidade da Instituição de Ensino;
• Será construído mais um laboratório de informática direcionado aos alunos dos primeiros anos.
A apresentação dos dados é feita por meio de dashboards, sendo disposta de modo intuitivo e didático. A intenção é que a informação chegue de forma específica e direcionada aos setores responsáveis por sua análise. Assim, a implementação das mudanças necessárias para o alcance das metas correlatas aos KPIs institucionais é divulgada de forma clara. Após entendermos como a utilização do BI ocorre, listamos abaixo algumas das ferramentas existentes:
Texto extraído do Livro:
Referências:
Data Science – Business Intelligence. Yussif Tadeu de Barcelos Consultor de Business Intelligence.
Decisões com BI. Fábio Vinícius Pimak. Editora Ciência Moderna,2008
Nenhum comentário:
Postar um comentário