Pesquise mais Matérias

Ajuste da Meta e Pedalada Fiscal


Foi votada, nesta última madrugada, o ajuste da meta fiscal do ano de 2016 e muito se questiona o que isto quer dizer, qual é o impacto destes valores nas contas públicas e o que o déficit ou superávit tem a ver com isso.
Para poder explicar o que é Meta Fiscal, primeiramente tem que se entender de onde ela vem. De acordo com a Lei de Diretrizes Orçamentárias, o Governo faz uma estimativa dos gastos públicos, prevendo uma economia nos mesmos para poder quitar os juros da dívida pública. Em contabilidade, para apurar se o governo está trabalhando com superávit ou déficit em suas contas, a fórmula é simples, são as receitas (tudo o que o governo arrecadou) menos as despesas (tudo o que ele gastou).
Entretanto, os juros da dívida do país não entram nestas despesas, são pagos mediante o superávit do período. Ou seja, neste ano de 2016, o Governo Federal deveria ter economizado R$ 26 bilhões, porém isto não aconteceu. Em março deste ano, a equipe de governo encaminhou para a Câmara dos Deputados a proposta de um déficit das contas públicas de R$ 96,7 bilhões. Porém, a atual a equipe de gestão da presidência foi além e solicita a votação de um valor ainda maior, de R$ 170 bilhões. (Ver artigo “O que o Governo Michel Temer e a Economia têm a ver com o Gestor”)
Este valor deverá ser usado para cobrir os gastos públicos com o Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social. Este é o terceiro ano consecutivo em que o país vem trabalhando com suas contas no vermelho, onde a arrecadação é menor que os gastos.

E as Pedaladas Fiscais?


Para o Governo efetuar qualquer gasto, o mesmo deve estar previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Assim sendo, os valores previstos são repassados aos bancos públicos e privados, para o pagamento dos projetos do Governo, tais como o Bolsa Família, os valores correspondentes aos benefícios dos segurados pela Previdência Social, entre outros. Porém, algumas vezes estes valores ultrapassam os repasses e os bancos os complementam com capital próprio, aguardando reaver estes valores. A grosso modo, é como se os bancos estivessem emprestando, financiando os programas do Governo.

Porém, a alguns anos, o Governo tem atrasado os repasses desses complementos deliberadamente, para trabalhar com “dinheiro em caixa”, ou seja, utilizar esses valores em lançamentos, promovendo um superávit primário, tornando o nosso país atrativo para investimentos, com uma economia e moeda estável. Este artifício recebeu a alcunha de “Pedalada Fiscal”.



Bacharel em Ciências Contábeis

Nenhum comentário:

Postar um comentário


Nossos Parceiros