Segundo matéria divulgada pela Confederação Nacional de Transporte (CNT),
o custo do transporte de mercadorias (frete 2016) no Brasil chega a 11,6% do PIB –
pasmem, mais de 10% de tudo o que o país produz de bens e serviços finais, são
destinados ao transporte de mercadorias – enquanto os Estados Unidos, 8,7% de
seu PIB, não sendo nada positivo também, pois seu PIB/ 2016 é mais de 60
trilhões de reais, contra pouco mais de 5 trilhões de reais do Brasil para o
acumulado do mesmo ano (11% de 5 tri, 8% de 60 tri, quem gastou mais?).
Os sistemas de transportes modais/ comerciais no mundo estão caracterizados
entre transporte rodoviário, ferroviário, hidroviário e aeroviário, bem como
suas combinações, como rodoferroviário, hidroaéreo entre outras interligações
modais possíveis.
No Brasil o custo do transporte é muito alto principalmente por ter cargas transportadas pelo sistema rodoviário, sendo um dos meios de transporte mais caros (percurso por peso de carga). A rodovia de nosso país está classificada em
120º, dos 148 países que participam do Fórum Econômico Mundial, na qualidade
das estradas.
O custo dos pedágios das rodovias e sua má conservação agrega um valor
enorme no preço do frete no transporte de cargas, sendo uma das principais
preocupações no escoamento das mercadorias no país. O preço dos Combustíveis no
Brasil é a segunda maior causa de aumento no fretamento das mercadorias.
O lobby realizado pelas grandes
montadoras automobilísticas, barra e sobrecarrega o transporte de qualquer
outro modal, achatando o seu crescimento. Em um país de tamanho
significativamente continental, e com contorno de uma costa com mais de 9 mil
Km, banhadas pelo oceano atlântico. Este país que tem mais de 3 milhões de Km² em planície, equivalente a
mais de 1/3 de todo o seu território. Ainda sim termos um transporte quase
único e de alto custo. Realmente temos um problema de Governo e infraestrutura.
Dos quase 6 bilhões
utilizados pela União em transporte no país em 2016, 78,4% foram com rodoviários, sendo 10,4% com aeroviários, 9,4% ferroviários, e
apenas, 1,9% com hidroviários (segundo CNT). Não precisa ser muito bom em
matemática para ver que menos de 120 milhões foram em transporte aquático. Com
um continente deste tamanho!? Realmente um gigante, mas ainda adormecido, “deitado em berço esplêndido”.
Inaceitáveis menos
de 1 décimo do que transporta é em ferrovias e a mesma acarreta um custo muito
grande de manutenção e conservação, podemos dizer então que o Brasil é um país
de grande oportunidade de crescimento em seus sistemas de transporte, não só
marítimo e fluvial, como ferroviário e aeroviário. Este transbordo de
mercadorias, necessita de um investimento na infraestrutura e principalmente na
cultura organizacional, isso mesmo, é cultural este problema.
O Problema não é só
de Lobby, muito maior é o cultural,
que desde o Presidente Washington Luiz (ao lado em sua 1ª inauguração de rodovia), em seu lema, “governar é abrir estradas”, o nosso país está atrelado a esta cultura
rodoviária, o Lobby é só um
intensificador e perpetuador deste lema.
Uma solução de
transporte viável e de baixo custo em seu percurso/peso da carga, e de menor
consumo de combustível (consequentemente menor poluição) é o hidroviário
através da Cabotagem.
A cabotagem é a
navegação entre portos marítimos de curta distância em um mesmo país, sem distanciar-se
da costa (mantendo sempre a “terra a vista”) é o que diferencia das navegações
de longa distância, ou seja, aquela realizada entre portos de diferentes
nações. Esta modalidade de transporte hidroviário, pode ser interligado por
outros tipos de transporte modais, como por exemplo, a interligação fluvial e
marítima de curta distância, a hidro ferroviária e a hidro rodoviária.
Como
exemplo de transporte nestas condições seria o de uma determinada mercadoria, que
está disponível em Curitiba/PR, e seguiu de transporte terrestre (rodoviário/
ferroviário, dando prioridade ao custo do frete) até o Litoral na cidade de
Paranaguá/PR (90km) seguindo viagem com destino a Teresina/PI, este percurso
ele faria por cabotagem, com trechos pequenos de viagem em cargueiros, porto a
porto, substituindo a embarcação, até chegar ao porto de Pecém/CE e seguir por rodovias
até a cidade de Teresina/PI (580km), ou seguir navegando até a foz do Rio Parnaíba (o
Velho Monge em Parnaíba/PI), e navega-lo por meio de embarcações fluviais
menores até a cidade de Teresina/PI, uma opção de menor custo. Neste exemplo de
custo/peso transportado, este modal de cabotagem seria em torno de 25% a 30%
mais barato do que o mesmo trecho de transporte Rodoviário (3mil Km), sem falar
no menor índice de avarias das cargas, menor índice de sinistros/ roubo, entre
outros benefícios. Você já imaginou os Correios utilizando-se de cabotagem no
país? O custo do Sedex 30% mais barato.
Sendo assim podemos
dizer: O Transporte de Mercadorias no Brasil é muito Caro. É de interesse que
permaneça (Lobby). É um contrassenso
a inviabilidade monetária e ambiental. Mas é também de oportunidade de
investimento e iniciativa, pois trata-se um setor subestimado e pouco explorado,
mas de grande potencial econômico.
Graduado em Administração
MBA em Gestão de Pessoas
Nenhum comentário:
Postar um comentário