Desde que a
civilização humana existe, a política faz parte de nossa vida. No ambiente
corporativo ela é uma questão de sobrevivência, pode influenciar o sucesso ou o
fracasso de uma história profissional, mesmo no caso de quem tem boas entregas
e alcança resultados diferenciados.
Política e Politicagem não
deveria mas infelizmente se confundem no emaranhado de ações no dia a dia
dentro das organizações. Onde termina a realidade e começa o reflexo invertido e distorcido de si mesmo?
Antes de entrar no
mérito do que seria Política e Politicagem, procurei o significado no
dicionário e vou usar o resultado da pesquisa aqui. Afinal, quem sou eu perto
do HOUAISS, não é mesmo? Entre os vários significados, estes se enquadram
melhor.
Política = arte
ou ciência da organização, direção e administração de nações ou Estados;
aplicação desta arte aos negócios internos da nação (política interna) ou aos
negócios externos (política externa).
Politicagem =
política de interesses pessoais, de troca de favores, ou de realizações
insignificantes.
Segundo José Valério
Macucci, consultor de liderança e professor do Insper – Ibmec São Paulo. Não há
nada de mal em fazer política. Muito pelo contrário. Ela pode, e deve, ser um
ingrediente importante para crescer na carreira. “Construir articulações e
influenciar na tomada de decisão é um movimento legítimo, desde que seja algo
claro e ético”, A política faz parte da vida profissional e não se pode fugir
dela.
A diferença da
política saudável para o jogo político está no uso da manipulação como forma de
obter alguma vantagem sobre alguém ou sobre a empresa. Além disso, a
politicagem é altamente contagiosa, na medida em que outras pessoas começam a
reproduzir o mau comportamento quando percebem que aparentemente traz
benefícios. “Os jogos políticos são contraproducentes. Eles drenam os recursos
da empresa, a energia e o tempo das pessoas.” Outra característica importante:
qualquer jogo exige mais de uma pessoa para ocorrer. Portanto, não basta não
iniciar um jogo. É preciso dizer “não” quando se depara com alguém jogando.
Quando
se cria uma cultura de favorecimentos e privilégios ilícitos em uma empresa,
não se demora muito para a percepção dos colaboradores ser a pior possível.
Neste tipo de cenário não há referências e nem valores para acreditar e a
sua cultura vai apodrecendo e a empresa vai sendo implodida. Os líderes que aceitem ou façam uso deste tipo de
relacionamento, logo perdem a credibilidade e o respeito dos subordinados.
Dificilmente a politicagem dura muito tempo e quem faz uso dela sai inteiro.
Quem
faz-se uso da politicagem para galgar novos patamares na carreira assina-se o
atestado de incompetência, e não dura muito. É muito melhor confiar na
competência para crescer profissionalmente e não ficar refém de esquemas de
pessoas pouco confiáveis. E se você trabalha em uma empresa assim, mude, arrume outro emprego. Não vale a pena se
consumir em uma empresa assim!
Quando
se fala de gestão é importante e está na mão dos gestores não deixar que um
cenário assim cresça e se desenvolva na empresa, pois os colaboradores verão
isso e a equipe perderá rendimento, além de valiosos talentos saírem da
empresa. Investir em processos seletivos coerentes, promover os mais
capacitados, não deixar que haja privilégios por afinidade, são medidas
eficazes contra a politicagem.
A
política deve ser valorizada, a capacidade de motivar as pessoas, encontrar
caminhos para resolução de conflitos, articular tomadas de decisão que
beneficiem todos os envolvidos, é extremamente válido, mas a politicagem é um
mal que deve ser combatido. Fazer política com ética é benéfico para
qualquer organização, principalmente para o colaborador. E é esse aspecto que
deve nortear o ambiente de uma empresa e não o contrário!
Nenhum comentário:
Postar um comentário