Competir não para ser a melhor
empresa do mundo, mas, sim, para ser a melhor empresa PARA o mundo. Essa é a
proposta do Movimento Global das Empresas B. Essas empresas têm como
missão redefinir o conceito de sucesso nos negócios usando a lógica do mercado.
São empresas que tem lucro, mas que também tem o propósito de oferecer soluções
concretas a problemas sociais e ambientais através da
força dos negócios.
As
companhias participantes dessa rede recebem o certificado Empresa B (BCorp), que é concedido depois
de uma ampla análise das práticas empresarias, em todas as esferas, como a
relação com trabalhadores, comunidade, meio ambiente, modelo de negócio, fornecedores,
governança, além de práticas de transparência.
A
certificação de Empresa B é uma ferramenta de melhoria contínua, que ajuda as
Empresas B a melhorarem constantemente. O
conceito das “B Corps” foi criado pelo B-Lab nos EUA em 2006, com a proposta de redefinir o sucesso
para os negócios. Hoje, há mais de 950 companhias – 75 delas na América Latina
- em 30 países e 60 setores. No Brasil, esse conceito chegou há pouco tempo,
liderado pelo Comitê pela Democratização da Informática (CDI) em parceria com o Sistema B, representante do movimento na América Latina, e já possuí
46 empresas com o certificado.
Segundo o site do sistema
B têm como valores e missão:
1. Resolver
problemas sociais e ambientais a partir dos produtos e serviços oferecidos
pelas próprias empresas; e nas práticas laborais e socioambientais, atender as
comunidades, os fornecedores e os públicos de interesse;
2. Um
rigoroso processo de certificação, que examina todos os aspectos da empresa e
que deve atender aos padrões de desempenho mínimos, além de ter um forte
compromisso com a transparência no relatar publicamente seu impacto
socioambiental;
3. Também
fazer as mudanças legais para proteger sua missão ou finalidade comercial e,
portanto, combinar o interesse público com o privado. Isso também irá construir
uma confiança com os cidadãos, clientes, colaboradores e novos investidores.
Por que as Empresas estão se qualificando no SISTEMA B
Além do
óbvio benefício de se tornar uma empresa oficialmente engajada com a
sustentabilidade em seu ramo de atividade pelo sistema B, outros fatores tornam
a certificação fornecida pela B Lab ainda mais atraente, como economizar em
serviços de acesso (CRM-Salesforces, e-commerce etc), atrair investidores
ligados à economia solidária (os chamados empreendedores sociais) e participar
de campanhas publicitárias promovidas pela B-Corp.
Sendo o sistema B é a oportunidade perfeita para as empresas
participem das mudanças que já estão acontecendo na forma como os negócios
funcionam. Ele permite as empresas melhorarem a qualidade de vida dos seus
funcionários, além da oportunidade de criar valor não só para os acionistas,
mas também para a sociedade como um todo.
Além disso,
essa visão é cada vez mais importante para a comunidade, sendo fator de
influência para compra do consumidor. Então, se as empresas não se adaptam a
essa realidade, ficam defasadas e acabam ultrapassadas pelas que já se
adequaram.
Boa parte das
empresas já entendem a isso e, além de perceber, decidiram usar isso a seu
favor, mas como? Marketing. Se isso é importante para o mercado consumidor,
passa a ser importante para as organizações como um todo. Pois atendendo aos
valores de seus compradores, as organizações passam a ter um diferencial com
relação a seus concorrentes.
Agora você deve estar pensando, tudo bem, isso é importante, mas
como o Sistema B de empresas me ajuda nisso?
Em
tese, qualquer companhia pode ser uma empresa B, desde que tenha práticas para
isso. Uma Empresa B deve se comprometer a ter altos padrões de gestão e
transparência, ser geradora de benefícios sociais e ambientais, bem como
alterar seu estatuto social, comprometendo-se a gerar benefícios para a
comunidade, e não apenas para os acionistas. Além disso, passa por uma
avaliação, na qual precisa alcançar pontuação mínima, sendo periodicamente
avaliada para provar que suas práticas e políticas de sustentabilidade estão de
acordo com o sistema B, a fim de manter a sua certificação. Para os
defensores dessa modalidade, a complexidade e o rigor do processo não podem ter
como finalidade apenas a obtenção da certificação, mas sim o início de uma
interação sistemática, na medida em que o principal benefício de uma empresa B
é o engajamento, de modo que, entre elas, se comuniquem e façam negócios,
gerando benefícios para si e para a sociedade. Assim, criar uma empresa B
implica mudanças estruturais na governança corporativa, unindo o lucro à
diminuição do impacto ambiental, social e econômico, o que vai gerar um impacto
sistêmico nos seus colaboradores, nos consumidores, na comunidade, no meio
ambiente, nos investidores, na legislação existente e, por fim, mas não menos
importante, nos educadores, que terão exemplos concretos e experiência para
apresentar às novas gerações um modelo de negócio sustentável e rentável.
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