Nos
últimos anos, muitas empresas brasileiras passaram a exportar produtos
para outros países, acarretando o estreitamento das relações
internacionais, sobretudo em parcerias em negócios, projetos e, até mesmo,
fusão entre empresas de países distintos.
Neste mesmo período, houve também a popularização do mercado de capitais, e muitas empresas passaram
a ter ações negociadas em Bolsa de Valores.
E Qual é o Desafio para o
Contador frente à Contabilidade Internacional?
Tendo em vista a convergência das normas praticadas em território nacional para com as internacionais, o Brasil passou a ter como órgão regulador a Comissão de Valores Mobiliários. Esta mudança, que visa a padronização das normas contábeis, veio a ser obrigatória perante a lei das Sociedades Anônimas. Mesmo este tipo de empresa não sendo a maioria no país, o profissional de contabilidade deverá adequar todas as empresas as normas internacionais, uma vez que a alteração será válida a todas as sociedades.
Outra mudança deu-se pela separação da contabilidade para fins fiscais da
contabilidade societária, fragmentando o que é de interesse do governo para o que
é de interesse dos sócios, fornecedores e investidores.
Uma vez inteirado da nova política contábil, o profissional deve estar a par das alterações nas áreas tecnológicas, tais como a nota fiscal
eletrônica, os ‘sped’s’ fiscal e
contábil, entre outros, além da busca de informação pelas novas normas
comunicadas pelo CPC.
O
profissional em formação também tem destaque neste novo conceito contábil
brasileiro, uma vez que ele será responsável, em um dado momento, pela
manutenção das alterações das práticas no país. Também, de acordo com a matriz
curricular dos cursos de formação o país, o contador formado poderá exercer a
contabilidade em outros países de adoção de normas iguais ou similares às
praticadas no Brasil.
O contador tem como desafio se aprimorar no que diz respeito a outras
áreas do conhecimento, principalmente a novas tecnologias, Direito, Economia,
Administração e Matemática, que tem ligação direta com os saberes contábeis.
Os Desafios da Empresa
Brasileira
A
empresa brasileira tem como grande desafio desagregar seu enfoque da parte
fiscal de suas operações. Um exemplo disso é a prática de utilização das taxas
de depreciação adotadas. A depreciação era realizada por meio do
valor tributário do bem e não sobre a verdadeira vida útil do mesmo.
Também há o fato da empresa se voltar aos seus usuários externos,
visando o mercado de capitais, produzindo seus relatórios de acordo com o
modelo anglo-saxão (o mais utilizado internacionalmente), no intuito de atrair
capital a empresa, de agregar valores mobiliários. O regime
tributário mais indicado a essas empresas é o Lucro Real.
Ainda
com base nos desafios, o principal deles é a mudança cultural, tanto dos
sócios, quanto dos administradores, acionistas, dos próprios brasileiros na
fomentação da busca por investir em mercado de capitais, agregando valor às empresas brasileiras, visando seu crescimento e ampliação, gerando empregos e melhores condições de trabalho.
Em
relação à diferença entre as práticas contábeis entre países, vale destacar
que cada um tem suas particularidades, sejam elas econômicas, culturais,
financeiras, jurídicas, tributáveis, que formam a convergência de
suas normas. A harmonização e/ou convergência das normas contábeis
para uma universalização torna o trabalho um grande desafio.
No
Brasil, os contadores podem ser de nível médio (Técnico em Contabilidade) ou de
nível superior (formação universitária em Ciências Contábeis), devidamente
registrado no Conselho Regional de Contabilidade.
Já
na Argentina, o profissional de contabilidade é denominado como contador
público, podendo ele ter formação em Economia ou Administração, licenciado e
registrado com o título de contador público.
No
Uruguai e Paraguai, não há o registro regulamentador da profissão, mas os profissionais da área devem ter matrícula em colegiado da categoria, fazendo-se necessária formação acadêmica para se possa desempenhar a função de contador.
Em
relação a adoção de normas e práticas contábeis, Brasil e Argentina
possuem similaridade em relação a conselhos e comitê de pronunciamentos
contábeis, sendo que no Brasil o Conselho Federal de Contabilidade edita os
princípios e exige que os profissionais os cumpra. Cada estado possuí seu
conselho regional, que registra e fiscaliza os profissionais.
A
Argentina possui a Federação Argentina de Conselhos Profissionais de Ciências Econômicas,
que emitem as normas contábeis do país. Porém, cada conselho possui autonomia
para adoção ou não das normas emitidas.
O
Paraguai possui o Colégio de Contadores e o Uruguai o Colégio de Contadores e
Economistas do Uruguai. Devido à falta de poder suficiente para cumprimento de
normas auditadas por seus colégios, o aconselhamento contábil nestes dois
países é para que as empresas adotem as normais contábeis internacionais.
Bacharel em Ciências Contábeis
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