As três Peneiras de Sócrates
Conta-se que certa vez um amigo procurou
Sócrates para contar-lhe uma informação que julgava de seu interesse:
Quero contar-te uma coisa a respeito de um
amigo teu!
(Sócrates) Espera um momento – disse Sócrates –
Antes de contar-me, quero saber se fizeste passar essa informação pelas três
peneiras.
Três peneiras? Que queres dizer?
(Sócrates). Vamos peneirar aquilo que queres me
dizer. Devemos sempre usar as três peneiras. Se não as conheces, presta bem
atenção:
A primeira é a Peneira da VERDADE. Tens certeza
de que isso que queres dizer-me é verdade?
Bem, foi o que ouvi outros contarem. Não sei
exatamente se é verdade.
(Sócrates) A segunda peneira é a da BONDADE.
Com certeza, deves ter passado a informação pela peneira da bondade. Ou não?
Envergonhado, o homem respondeu: - Devo
confessar que não.
(Sócrates) A terceira peneira é a da
NECESSIDADE. Pensaste bem se é necessário contar-me esse fato, ou mesmo
passá-lo adiante? Vai resolver alguma coisa? Ajudar alguém? Melhorar
alguma coisa?
Necessário? Na verdade, não.
(Sócrates). Então, disse-lhe o sábio, se o que
queres contar-me não é verdadeiro, nem bom, nem necessário, então é melhor
que o guardes apenas para ti.
Em uma pesquisa
realizada pelo LinkedIn, cerca de 17 mil usuários de 16 países responderam à
pergunta:
“O que mais te irrita no trabalho?”
Entre os profissionais brasileiros, 83% dos pesquisados mencionaram a fofoca em
excesso. A média geral entre todos os entrevistados foi de 62%.
Comunicação clara, direta e objetiva, gera
resultados e minimiza atritos. Em uma única frase poderia ser resumido o modo
ideal de se comunicar em toda e qualquer organização do chão de fábrica a
diretoria, porém diante de vários fatores esse tal "Modo Ideal" quase
sempre se perde, e vem se contorcendo de tal maneira que em alguns meios
organizacionais simplesmente se inverte, e até mesmo se dissolve no corre-corre
do dia a dia se perdendo diante das inúmeras formas de comunicação
existentes em nossa atualidade.
Inversão de valores? Talvez! Isso mesmo, talvez!
Sabe por que?
Simplesmente porque vivemos em uma sociedade
que em sua grande maioria é impulsionada pela a ascensão e facilmente
incentivada pela vaidade, cobiça ou inveja. Meramente pecados capitais que se fundem
com a ausência de caráter, o que deixa essa "grande maioria” em posição de
juiz, julgando uns aos outros sem saber muitas vezes se há verdadeiramente
veracidade na história contatada, se esquecendo que tal prática gera um círculo
vicioso onde hora você julga, ora é julgado prevalecendo a omissão onde se
deveria prevalecer a transparência, ética e comprometimento envoltos pelo
profissionalismo e respeito mútuo. O que sem sombra de duvidas faria com que a frase citada acima
ganhe-se sentido, força e credibilidade não somente no meio organizacional, mas
sim em toda nossa sociedade.
Entre os muitos efeitos que as
fofocas e os boatos podem causar na organização, podemos listar alguns muito
comuns como: insegurança da equipe, geração de conflitos, queda na
produtividade e diminuição da confiança entre os funcionários. Por isso, é
papel da empresa e principais lideranças não ignorar a existência de tal
prática e posicionar-se de maneira séria em relação a isso.
A postura dos Gestores é um fator
preponderante para o extermínio da fofoca nas empresas, ou pelo menos, a
diminuição dela. A presença de uma liderança transparente, próxima, que seja
capaz de perceber os movimentos de mudança (humor da equipe, alteração em
relações de trabalho, clima organizacional), e filtrar as atitudes que
interferem na formação do clima da equipe condiciona o crescimento de uma
equipe engajada, saudável, cheia de confiança mútua e vazia de mentiras ou
rumores.
Marcio Carvalho
MBA Gestão Industrial
Marcio Carvalho
Bacharel em ADM. de Empresas
MBA Gestão de Pessoas
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